A queima de tokens (“burn”, em inglês) consiste em enviá-los a um determinado endereço, tornando-os inacessíveis e, consequentemente, retirando-os de circulação. 

Como o preço dos ativos está relacionado com a relação entre sua oferta e demanda, esse evento tem um efeito deflacionário no ativo (sua quantidade em circulação diminui) o que tende a gerar uma pressão de alta em seu preço.

Normalmente, assim como empresas recompram suas ações, o que retorna valor a seus acionistas, projetos cripto podem realizar a queima de seus tokens. O efeito é semelhante, pois, é gerada uma escassez dos mesmos no mercado, o que acarreta em uma alta de seus preços e ganhos aos seus investidores/detentores.

Devido à grande viabilidade técnica, uma queima de tokens pode, inclusive, ser automatizada, conforme parâmetros pré-estabelecidos no algoritmo da rede. Isso pode levar a um maior equilíbrio e estabilidade entre as forças de oferta e demanda que naturalmente ocorrem no mercado. 

Além de inúmeros projetos que contam com esse mecanismo, recentemente, a rede Ethereum (ETH) alterou seu mecanismo de consenso de proof of work (PoW) para proof of stake (PoS) e implementou a EIP-1559, a qual realiza a queima de tokens ETH proporcionais ao volume de transações na rede.

Também, algumas stablecoins algorítmicas utilizam o artifício da queima como uma maneira de estabilizar o criptoativo o mais próximo possível de sua moeda fiduciária de referência. Com a regulação da escassez, o algoritmo opera para aumentar ou diminuir o preço do ativo conforme sua oferta e demanda no mercado.

Vale ressaltar porém que, como uma inovação ainda bastante recente e em desenvolvimento, a viabilidade do mecanismo de queima e emissão de stablecoins algorítmicas ainda é vista com muito ceticismo por muitos investidores. Inclusive, em maio de 2022, a stablecoin UST da rede Terra Luna colapsou, levando o preço de seu token, o qual deveria ter paridade com o dólar, a quase zero. 

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