A Computação Quântica usa as leis complexas da mecânica quântica para resolver problemas (como algoritmos matemáticos) que estão fora do alcance dos computadores convencionais, mesmo os atuais super-computadores.
Computadores contemporâneos processam informações e realizam cálculos usando “bits”. Esses bits não podem existir simultaneamente em dois locais e em dois estados distintos, em vez disso, necessariamente têm o valor 0 ou 1. Uma boa analogia é a de um interruptor de luz sendo ligado ou desligado. Portanto, se houver um par de bits, por exemplo, esses bits podem conter apenas uma das quatro combinações possíveis a qualquer momento: 0-0, 0-1, 1-0 ou 1-1.
De um ponto de vista mais pragmático, a implicação disso é que é provável que um computador médio leve algum tempo para concluir cálculos complicados, ou seja, aqueles que precisam levar em consideração toda e qualquer configuração potencial.
Diferentemente, os computadores quânticos não operam sob as mesmas restrições que os computadores tradicionais, mas empregam algo chamado bits quânticos, ou “qubits”, em vez de bits tradicionais. Esses qubits podem coexistir nos estados 0 e 1 ao mesmo tempo.
Desta forma, um único par de qubits é capaz de armazenar todas as quatro possibilidades ao mesmo tempo. E o número de opções possíveis cresce exponencialmente com cada qubit adicional.
Para ter uma ideia dessa nova capacidade de processamento através da computação quântica, o processador Sycamore de 54 qubits desenvolvido pelo Google foi capaz de completar uma computação em 200 segundos que levaria o supercomputador mais poderoso do mundo 10.000 anos para ser concluído.
Diante disso, o desenvolvimento de computadores quânticos nos últimos anos levantou grandes preocupações sobre o futuro das criptomoedas e da tecnologia blockchain. Isso porque a segurança em torno da criptografia utilizada, por exemplo pelo Bitcoin, é fundamental para sua existência. Se assumimos que computadores quânticos muito sofisticados um dia serão capazes de quebrar a sua criptografia atual (SHA-256), a rede perde todo o seu fundamento e propósito.
Mas o fato é que os computadores quânticos atuais ainda estão muito longe de conseguirem comprometer a integridade do blockchain do Bitcoin. E ainda assim, mesmo que essa tecnologia se desenvolva muito rapidamente nos próximos anos, há de se considerar que a própria tecnologia blockchain também se desenvolverá cada vez mais para impedir este tipo de ameaça.
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