Quem opera no mercado financeiro há algum tempo pode já ter passado pela experiência de visualizar o preço de uma ação na tela de cotações em um dia e, ao observar o mesmo papel no dia seguinte, perceber que ele estava consideravelmente mais caro. Esse fenômeno é conhecido como volatilidade.

Caso o leitor tenha se projetado na situação descrita no parágrafo acima, com toda a certeza deve ter imaginado o quanto é frustrante para o investidor deixar passar a oportunidade de surfar em uma onda de variações positivas no mercado.

No entanto, pense que o oposto também é possível: pode ser que, ao se deparar com o preço de uma ação em um dia, no dia seguinte o investidor perceba que o mesmo ativo despencou — ou “derreteu”, como se diz no jargão do mercado — em seu valor.

Essas mudanças constantes, violentas e imprevisíveis nos preços ocorrem quando os investimentos da renda variável enfrentam períodos de intensa volatilidade. Um cenário assim pode ser catalisado por guinadas bruscas na taxa básica de juros nacional ou por uma crise política e econômica generalizada em um país, por exemplo.

Para te apresentar como a volatilidade funciona sem deixar passar nenhum detalhe, nossa equipe publicou mais um artigo que vai:

• Indicar o que é a volatilidade e explicar como esse fenômeno impacta diretamente em seus investimentos;
• Expor quais são os três tipos de volatilidade presentes no mercado financeiro;
• Mostrar como o investidor pode agir para se blindar contra perdas expressivas em momentos onde a volatilidade se encontra em alta.

Definindo volatilidade

Segundo o dicionário da língua portuguesa, “volátil é a característica ou particularidade de volúvel, inconstante”. E a palavra “inconstante” é um excelente ponto de partida para que comecemos a entender melhor o conceito.

A volatilidade, em linhas gerais, é o fator que mensura a variação — ou inconstância — que os ativos experimentam no mercado financeiro. Em outras palavras, é a frequência e a intensidade com que um ativo oscila de preço em um recorte cronológico em específico.

Trata-se de um elemento especialmente característico das aplicações da renda variável — embora não seja tão somente exclusivo dela, posto que títulos de renda fixa, a título de exemplo, também podem oscilar de preço segundo as variações de seus indexadores.

A volatilidade está, de modo indissociável, correlacionada aos riscos que um investimento representa, uma vez que é a partir dela (aliada de outras análises e indicadores) que o investidor pode descobrir a relação risco x retorno de uma aplicação — encontrando também qual é o melhor momento para trazer o ativo para a sua carteira.

Resumindo: quanto maior for a volatilidade de um ativo, maior será a sua variação de preços — e, consequentemente, esse investimento irá apresentar riscos maiores. 

A relação do investidor com essas oscilações vai mudar de perfil para perfil. Um investidor arrojado, por exemplo, visa a maior rentabilidade possível em suas operações — nem que tenha que expor o seu patrimônio a riscos mais expressivos para chegar até seus objetivos. Por este motivo, investidores mais agressivos se sujeitam mais aos mercados de alta volatilidade.

Para finalizar a conceitualização, vamos deixar o leitor com uma frase de Warren Buffet, um dos mais célebres investidores de todos os tempos: “A volatilidade do mercado financeiro é a maior aliada do verdadeiro investidor”.

Mas, afinal de contas, a volatilidade te faz ganhar ou perder dinheiro?

A resposta é: os dois!

Conforme você já viu no tópico anterior, volatilidade e riscos estão diretamente relacionados e tanto um quanto outro devem ser considerados na hora de tomar decisões acerca dos seus investimentos. 

O risco, basicamente, é a probabilidade de que o investidor saia no prejuízo em uma operação no mercado financeiro — a Akeloo, a propósito, produziu recentemente um outro artigo que fala sobre os principais indicadores de risco de mercado. Caso queira conferir, é só clicar aqui!

Essa relação entre volatilidade e riscos ocorre porque as oscilações no mercado são empregadas para entender melhor os riscos de cada ativo — levando em consideração a intensidade e a frequência de sua variação de preços.

Ao optar por um investimento especialmente volátil, o investidor se coloca em um risco mais alto de perder dinheiro — o que pode viabilizar, em contrapartida, lucros mais consideráveis no longo prazo. 

Pode soar contraditório em um primeiro momento, mas quanto maior é a volatilidade, maiores são os riscos — contudo, por outro lado, maior é o potencial de retorno também.

Tipos de volatilidade

Avançando, a volatilidade de um investimento pode ser:

Histórica

É aquela já conhecida pelo mercado — posto que é estimada através de oscilações no preço de um ativo no decorrer de um período em específico.

Implícita

É a expectativa de volatilidade futura admitida pelo mercado de maneira geral. Ela é medida a partir da volatilidade histórica somada a outras variáveis — como a média de valor dos ativos praticada pelo mercado, por exemplo.

Real

É aquela que consiste na variação de fato do preço de um investimento no futuro. Para encontrar a volatilidade real, se utiliza o valor do ativo em questão adotado no mercado futuro — entretanto, é essencial ressaltar que, a partir da data de vencimento do ativo, a volatilidade real se torna histórica.

Lidando com a volatilidade dos seus investimentos na prática

A Bolsa de Valores frequentemente apresenta cenários de maior e menor volatilidade nos investimentos. Para navegar no mercado financeiro com mais tranquilidade, todo investidor deve estar preparado para enfrentar qualquer contexto — inclusive para períodos de águas turbulentas no mercado.

Afinal de contas, a volatilidade é um fenômeno que está totalmente fora do controle do investidor. Apesar disso, está nas mãos dele a forma como vai lidar com as oscilações dos ativos — o que pode acarretar em ganhos ou perdas.

Para te ajudar a se guiar nos momentos de volatilidade extrema no mercado, a Equipe Akeloo separou três dicas para você. Segue abaixo:

• Em primeiro lugar, o investidor não deve sempre correr atrás dos investimentos que estão apresentando uma valorização incomum. Quem está o tempo todo mexendo em toda a sua carteira seguindo a volatilidade do mercado corre dois riscos fundamentais: aumentar o seu custo com transações e estar reiteradamente atrasado com relação aos outros investidores, aplicando em ativos que já estão no seu pico de preços;

• Para os momentos onde a volatilidade está jogando o preço dos ativos para baixo, fique de olho nos papéis de alta qualidade — uma vez que eles tendem a perder valor junto com os ativos de qualidade inferior. Isso abre margem para que, no futuro, você negocie estes papéis cotados em seu valuation de fato;
• Por fim, com os preços subindo ou descendo, mantenha a calma e o seu planejamento estratégico de longo prazo. Caso você fique muito apreensivo com a oscilação atual do mercado, direcione as suas aplicações para investimentos de renda fixa.

Para terminar de assimilar o conceito, caso você queira conferir um vídeo explicando como a volatilidade impacta nas operações dos investidores, a Nelogica publicou em seu canal no YouTube um conteúdo completo mostrando tudo sobre o assunto. Para ser redirecionado, clique aqui!

Conclusão

A volatilidade é um dos conceitos primordiais do mercado financeiro. Afinal, conforme você conferiu no desenrolar do texto, toda vez que você conquista lucros na Bolsa de Valores, isso significa que você aproveitou as variações positivas de um investimento — seja uma variação mais moderada, seja uma variação mais violenta.

Aqui no Blog da Akeloo você sempre lê que o ato de investir consiste em teoria e prática. Não é o suficiente entrar no mercado para operar diretamente os investimentos sem antes compreender como se dão os fenômenos dentro do próprio mercado — e, por isso, entender o que é e como funciona a volatilidade é tão importante.

Contudo, você não precisa parar por aqui: na Biblioteca Akeloo você encontra resumos de livros — mas sem perder a profundidade do assunto — que versam sobre as mais variadas estratégias de investimentos. Nós temos certeza que vai te interessar — acesse clicando aqui!

Além disso, nós também publicamos um Guia Completo da Renda Variável. Quer aprender a aplicar melhor nos mercados de alta rentabilidade? Então não deixe de conferir, clique aqui!

Boa leitura e bons estudos!