Swap: do que se trata e quais suas características

Você sabe o que é swap? O termo, que pode ser traduzido como “permuta”, é utilizado para se referir a operações financeiras cuja negociação é baseada na troca de posições entre os investidores em relação ao risco e à rentabilidade de um ativo.
Existem quatro tipos de operações swap: cambial, de índices, de taxas de juros ou de commodities. A mais utilizada é a de swap cambial, muito praticada pelo Banco Central (Bacen), para fins de estabilidade monetária.
Quer entender mais sobre swaps e saber quais são as vantagens e desvantagens de utilizar a técnica em suas estratégias? Então continue lendo este artigo! Abaixo, você confere os tópicos que abordaremos:
- O que é swap?
- Para que serve o swap?
- Vantagens e desvantagens do swap
- Como funciona o swap?
- Quais são os tipos de swap?
- Diferenças entre swap e hedge
- Como o Banco Central utiliza o swap cambial?
- Qual a diferença entre swap tradicional e swap reverso?
- Linha de swap
- Como o swap pode ajudar a melhorar seus resultados?
O que é swap?
É um tipo de derivativo, ou seja, que não negocia o principal mas apenas indexadores, representando um acordo entre as partes: empresas, investidores e governos.
Para os investidores, é uma técnica utilizada para diminuir os riscos da carteira de investimentos. Empresas costumam utilizá-la para proteção contra a variação cambial. Já o governo recorre a essa técnica para gerar estabilidade à sua moeda.
O swap é muito comum em posições envolvendo taxas de juros, moedas e commodities, sendo diretamente ligada às variações do mercado.
Para fins didáticos e melhor entendimento, considere este exemplo simplificado:
Uma determinada empresa exportadora tem a previsão de receber por suas vendas, em dólar, em uma data futura. Nessa mesma data futura, precisa arcar com os custos de produção, em reais. Assim, o resultado desta empresa depende da cotação do dólar, o que a deixa vulnerável à variação cambial e pode, inclusive, se tornar em prejuízo.
Por isso, a empresa poderá empregar uma operação swap com o Banco Central. Tal acordo irá prever a troca do pagamento, em data futura, sobre o valor principal, da taxa CDI pela empresa e da variação cambial por parte do Banco Central. Com isso, mesmo tendo que arcar com o pagamento do CDI ao governo, a empresa se protege garantindo determinada margem de lucro. Para o governo, que não busca o lucro direto nessas operações, o que se busca é a proteção e estabilidade de sua moeda.
Para que serve o swap?
Como vimos, esta estratégia é utilizada para garantir proteção e estabilidade em operações arriscadas, oferecendo maior previsibilidade às partes envolvidas. Veja como a swap é utilizada por empresas e especuladores:
Operação para empresas
Em nosso exemplo, mostramos como companhias que atuam no comércio exterior se beneficiam do swap, uma vez que podem ter maior previsibilidade de gastos e obter proteção em caso de aumento repentino do dólar.
A técnica também é recomendada para empresas que buscam alavancagem financeira, já que é uma maneira de formatar a carteira de modo a conseguir as melhores taxas disponíveis.
Operação para especuladores
Especuladores da bolsa de valores costumam utilizar o swap como forma de obter lucros em menor tempo, aproveitando a oscilação de preço de moedas estrangeiras.
Vantagens e desvantagens do swap
Assim como qualquer estratégia, o swap tem vantagens e desvantagens que devem ser levadas em consideração antes da tomada de decisão. Confira abaixo:
Vantagens
Dentre os principais benefícios de utilizar a técnica, dois se destacam:
Proteção
A proteção é a grande vantagem oferecida pelo swap, principalmente para quem atua no comércio exterior. Como observamos anteriormente, a alta em moedas estrangeiras oferece risco de prejuízos.
Agilidade
Como o swap é uma operação mais rápida do que a realocação do capital, o investidor pode concluir as negociações de forma mais rápida do que se precisasse resgatar o dinheiro investido e aplicar em outro ativo.
Desvantagens
Veja quais são os maiores pontos de atenção que se deve ter ao empregar o swap:
Taxas e juros
É muito importante manter a atenção aos juros e as taxas cobradas na operação, avaliando os indexadores da aplicação que será permutada.
Erro de análise
Um risco que não pode ser negligenciado é o erro de análise de mercado. Isso porque uma análise equivocada pode levar você a realizar a troca de ativos em um momento desfavorável e obter prejuízos.
Um exemplo é quando o investidor projeta uma alta do dólar, entendendo os juros altos como contraparte, e a moeda se desvaloriza.
Como funciona o swap?
Depois de entender o que é uma operação swap, é hora de saber como ela funciona. Em primeiro lugar, é importante ressaltar que a estratégia é recomendada tanto para empresas e traders que desejam proteger seus patrimônios quanto para investidores individuais.
Como mostramos no tópico anterior, ao incluir swaps em sua estratégia financeira, é necessário realizar uma análise atenta de mercado. Assim, é recomendado que o investidor faça um cálculo para medir a variação.
Através do método da interpolação linear, o cálculo é feito com base nos preços futuros do dólar e da taxa CDI do período. O objetivo é avaliar se os prazos e os vencimentos dos contratos coincidem.
Imposto de Renda no swap
Quem pretende operar com swap deve saber que há incidência de tributação. O Imposto de Renda é cobrado a partir de tabela regressiva, com a alíquota variando entre 22,5% e 15%, dependendo do tempo de duração do contrato.
O contrato swap
Os contratos swap nada mais são que os documentos em que são registrados o acordo entre as partes da operação. Os contratos variam de acordo com os diferentes tipos de swap, que veremos mais para frente.
No documento são registradas as informações como o fluxo de caixa segundo o valor de referência, os critérios e condições do acordo e os prazos. Ele pode ou não valorizar, dependendo das regras pré-estabelecidas.
Quais são os tipos de swap?
A seguir, conheça os tipos de swap que podem ser realizados.
Swap de índices
No swap de índices, a troca acontece com base em índices de preços, como o IPCA, IGP-M, CDI, IPC-Fipe ou INPC , e em índices de ações como Ibovespa e IBrX-50.
Para entender melhor, imagine um contrato em que uma parte se compromete a pagar de acordo com o índice da bolsa mais juros. A contraparte, então, paga o valor segundo à variação do INPC, por exemplo.
Swap de commodities
O swap de commodities é feito entre duas instituições que atuam na exportação ou importação de mercadorias, lidando com matéria-prima de origem estrangeira.
Neste caso, as empresas trocam fluxos associados à variação nas cotações de commodities.
Swap de taxas de juros
O funcionamento é igual aos demais contratos de swap: as partes trocam indexadores associados aos ativos e passivos, com uma delas assumindo a variação entre taxas de juros determinadas previamente.
No final do contrato, ambas as partes deverão assumir a diferença entre o juro prefixado e o variável.
Swap cambial
O swap cambial é o mais comum no mercado financeiro brasileiro. É muito utilizado pelo Banco Central para estabilizar a cotação do dólar americano em relação ao real brasileiro.
O contrato consiste na troca da taxa de variação cambial. Assim, uma das partes se compromete em arcar com a diferença de cotação de uma moeda, enquanto a outra assume uma taxa de juros prefixada.
Assim, o swap cambial é utilizado quando a empresa deseja fazer um hedge cambial, uma operação para se proteger da desvalorização da moeda local, enquanto o Banco Central procura manter a estabilidade da taxa de câmbio.
Na prática, o Banco Central paga a variação da taxa de câmbio do período, ao passo que a instituição assume a taxa de juros estabelecida, mais as variações.
Diferença entre swap e hedge
Hedges são operações financeiras feitas para garantir os preços de ativos para compra ou venda futura, protegendo os negócios e ajudando a diminuir os riscos de perda de capital financeiro que venham a ocorrer devido à oscilação do dólar.
Este tipo de operação é muito utilizada no comércio e investimentos no exterior e em negociações na bolsa de valores.
Dessa forma, o swap pode ser considerado como um tipo de hedge, mas nem todo hedge é um swap.
Como o Banco Central utiliza o swap cambial?
Vimos que o Banco Central utiliza o swap cambial para estabilizar a variação do dólar e controlar a economia nacional. Mas como isso é feito?
Em caso de uma alta repentina do dólar, o Banco Central opera o swap tradicional, oferecendo a diferença do câmbio em troca da rentabilidade do CDI.
Já quando ocorre uma queda excessiva, o Bacen coloca em prática o swap reverso. Assim, ele recebe a variação cambial em troca de uma taxa de juros pré-estabelecida.
Qual a diferença entre swap tradicional e swap reverso?
No tópico anterior, mencionamos dois tipos diferentes de swap praticados pelo Banco Central. Vem entender melhor a diferença entre eles.
Swap tradicional
No contrato tradicional, o Banco Central procura impedir o impacto negativo que a alta repentina do dólar tem na inflação do país. Assim, ele oferece ao investidor o pagamento da variação do câmbio e também um cupom cambial para frear a alta agressiva da moeda.
Já quem investe, deve pagar ao banco a variação da taxa de juros durante o período acordado.
Swap reverso
No swap reverso, o Bacen atua quando precisa controlar a queda brusca do dólar, que pode prejudicar as empresas exportadoras do país.
Assim, o BC se compromete a pagar a taxa de juros do período, enquanto o investidor paga a oscilação do dólar do período. Para essa operação é utilizada a taxa DI, a mais próxima da taxa Selic.
Linha de swap
Linha de swap é o nome dado ao acordo de troca de moedas feito entre bancos centrais de dois países diferentes. O contrato visa permitir que os bancos tenham liquidez em moeda estrangeira, garantindo uma distribuição de fundos para as instituições financeiras comerciais.
Como o swap pode ajudar a melhorar seus resultados?
Ao longo do texto, mostramos que o swap é realizado pelos investidores como forma de garantir a proteção e a rentabilidade dos seus negócios.
A estratégia permite que as partes ajam de maneira preventiva para se proteger de altas na cotação cambial, nos índices econômicos e no preço de commodities.
Veja agora como você pode melhorar seus resultados com o swap.
Commodities
Empresas que trabalham com commodities podem negociar contratos de swap com o objetivo de conseguir uma variação do preço de determinado produto essencial como rentabilidade para o seu investimento.
Proteção cambial
Em geral, muitos investidores com objetivos de longo prazo envolvendo moedas estrangeiras aplicam seu dinheiro em investimentos sem liquidez diária. No entanto, existe o risco da alta da moeda ser maior que a rentabilidade da aplicação.
Assim, é recomendado negociar um contrato de swap cambial para se proteger desse risco e assegurar ganhos com a oscilação do preço em um período de dois ou três anos. Dessa forma, a permuta se torna uma garantia para o investidor, protegendo a rentabilidade das variações do mercado.
Conclusão
Como vimos, a operação swap pode ser resumida como uma troca de risco entre duas partes, que podem ser investidores individuais, empresas e governos. Em outras palavras, trata-se de um acordo entre duas partes que trocam o risco de uma posição, em uma data futura, segundo regras determinadas previamente.
Esta estratégia é muito eficaz em proteger os envolvidos da oscilação do câmbio e do aumento da taxa de juros, garantindo maior previsibilidade e segurança à carteira. Entretanto, o investidor deve fazer uma análise cuidadosa do mercado antes de optar pela estratégia.
Gostou de saber mais sobre a swap? Então aproveite para ler também nosso guia com tudo o que você precisa entender sobre tributação sobre investimentos de renda variável e aprofunde seus conhecimentos!