Investimentos isentos do Imposto de Renda: saiba quais são

Com o mercado de investimentos se tornando cada vez mais acessível, muitas pessoas que sonham investir esbarram na complexa questão da cobrança de tributos, afinal, o valor cobrado pode influenciar bastante na rentabilidade.
No entanto, é possível encontrar uma saída: apostar em investimentos isentos do Imposto de Renda. Embora, atualmente, as opções sejam limitadas, elas também são rentáveis e podem ser uma boa alternativa para quem é iniciante ou busca diversificar os investimentos.
Pensando nisso, mostraremos a seguir quais são os investimentos isentos de IR e como eles funcionam, para que você possa escolher aquele que melhor se adequa aos seus objetivos.
Você vai saber mais sobre os seguintes investimentos:
- Poupança;
- LCI e LCA;
- CRI e CRA;
- Debêntures incentivadas;
- Fundos imobiliários;
- Ações.
O que são investimentos isentos do Imposto de Renda?
Como adiantamos, existem no mercado investimentos que não cobram o Imposto de Renda. Na prática, isso significa que não incide alíquota de IR sobre os ganhos obtidos, o que aumenta a possibilidade de se obter rentabilidades maiores com a economia dos custos.
Mas por qual motivo o Governo isenta algumas aplicações financeiras do imposto? Bom, não existe uma regra específica. Foi observado que esse benefício é concedido a determinados ativos, visando estimular um maior fluxo de recursos para certas áreas como, por exemplo, o agronegócio.
Conheça as opções de investimentos isentos de Imposto de Renda
Antes de listar as opções de investimentos isentos de IR, recomendamos fortemente que você não paute suas decisões de investimentos apenas na isenção. Antes de montar sua carteira, é muito importante que você saiba o seu perfil de investidor e entenda quais são seus objetivos financeiros e qual a rentabilidade esperada. A partir deste ponto, você pode buscar opções que se adequem ao seu perfil e analisar os resultados de sua estratégia pontualmente.
Além disso, na hora de investir, é muito importante também que você analise o cenário global dos ativos. Você pode, por exemplo, escolher um investimento com rentabilidade baixa e isento do Imposto de Renda, enquanto outra opção poderia lhe ser mais rentável, mesmo que seja obrigatório o pagamento dos tributos. Por isso, a dica Akeloo é usar o conhecimento a seu favor: entenda quais das opções seguir é uma boa para você e comece a lucrar com assertividade e segurança.
Confira agora as opções de investimentos isentos, entenda as vantagens e desvantagens de cada aplicação financeira e veja qual é a mais adequada para o seu perfil:
Poupança
Quando se fala em investimentos isentos de IRPF, a caderneta de poupança é a primeira a ser lembrada. Normalmente feita por uma instituição bancária, ela tem rendimento de 0,6979 % ao mês, segundo dados recentes do Banco Central.
Uma das suas principais vantagens é ser coberta pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que assegura o pagamento de até R$250 mil por instituição ao investidor, com limite de R$1 milhão a cada quatro anos, em caso de falência ou quebra do banco.
Assim, a segurança é o fator que mais atrai quem investe na poupança. Com baixo custo, baixo investimento inicial e liquidez elevada, a aplicação também oferece a comodidade de permitir depósitos e saques a qualquer momento.
Apesar disso, a poupança é o investimento que oferece uma das piores rentabilidades do mercado quando o assunto é renda fixa. Nos últimos anos, os rendimentos chegaram a ficar abaixo da inflação em vários momentos.
LCI e LCA
A Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e a Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) são investimentos de renda fixa isentos do Imposto de Renda que estão entre os mais populares. Embora a primeira seja voltada para o mercado imobiliário e a segunda para o agronegócio, ambas funcionam da mesma forma.
Com um processo similar ao do Certificado de Depósito Bancário (CDB), os títulos são emitidos por instituições bancárias com o objetivo de captar recursos e destinar empréstimos para seus respectivos setores.
Em outras palavras, o investidor empresta dinheiro ao banco e recebe um valor fixo de juros como retorno enquanto o dinheiro for aplicado.
São oferecidas atualmente as seguintes rentabilidades:
- Prefixadas: com taxa de juros em torno de 11% ao ano;
- Pós-fixadas: as taxas variam de acordo com sugestões das instituições financeiras. Em geral, costuma ser a mesma taxa do Certificado de Depósito Interbancário (CDI);
- Atrelada à inflação: em torno de 5,0% ao ano mais IPCA
Assim como a poupança, a LCI e a LCA são investimentos protegidos pelo FGC, portanto, muito seguros.
Contudo, há algumas desvantagens: além de não possuírem liquidez diária, há um período de carência de 90 dias. Isso significa que o investidor não poderá retirar o valor antes deste período.
CRI e CRA
O Certificado de Recebíveis Imobiliário (CRI) e o Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) são títulos de dívida de renda fixa que estão ligados ao setor imobiliário e ao agronegócio. Ou seja, foram criados para auxiliar a quitar parcelas de um alto investimento.
Eles são emitidos apenas pelas securitizadoras, empresas que captam fundos do mercado público ou privado e os transformam em títulos. Funciona assim:
A empresa que vendeu um bem de grande valor, como um imóvel, no crédito parcelado pode contratar uma securitizadora para transformar a dívida em CRI ou CRA e vendê-la a outros investidores, em vez de esperar que o comprador quite todas as parcelas.
O dinheiro, então, é revertido de acordo com as parcelas quitadas, podendo gerar ao investidor uma grande remuneração baseada nos juros. No entanto, esses títulos não têm cobertura do FGC, sendo considerados investimentos mais arriscados.
Outras desvantagens são a baixa liquidez, os prazos mais longos para resgate do dinheiro e o aporte inicial, que muitas vezes é tão elevado que torna-se inacessível ao investidor de pouco capital.
Debêntures incentivadas
As debêntures incentivadas são títulos de dívidas emitidos por empresas, que podem ser de capital aberto ou não, com o objetivo de captar recursos para o financiamento de obras ou serviços de infraestrutura no país, como rodovias, portos e aeroportos.
Ao aplicar em debêntures incentivadas, o investidor empresta dinheiro à empresa e recebe de volta o valor corrigido e os rendimentos atrelados aos ativos. Estes rendimentos podem acontecer de três formas:
- Pós-fixado (CDI ou IPCA);
- Prefixado;
- Híbrido, modalidade que incorpora as duas outras modalidades.
Investir em debêntures incentivadas pode garantir melhores rendimentos e também oferece maior previsibilidade ao investidor, uma vez que o calendário de pagamentos é disponibilizado no momento da emissão do título.
Contudo, este investimento é considerado de risco, já que não conta com a cobertura do FGC.
Fundos imobiliários
Os fundos de investimentos imobiliários (FIIs) são investimentos que permitem negociar na bolsa de valores cotas de imóveis e papéis imobiliários sem precisar comprar um imóvel.
Quem investe nesses fundos se torna uma espécie de pequeno sócio do empreendimento, um cotista que recebe parte do lucro do aluguel e se beneficia da valorização do imóvel.
No entanto, para conseguir a isenção do IR, o investidor não pode ter mais de 10% do patrimônio do fundo em seu nome. Além disso, o fundo precisa ser negociado na bolsa de valores ou no mercado de balcão organizado e contar com mais de 50 cotistas.
Dentre as vantagens de se investir nos FIIs estão a liquidez, uma vez que é mais fácil vender a cota do fundo do que o imóvel, a maior rentabilidade e custos menores de compra e venda.
Porém, o investidor que optar por vender sua cota irá pagar o IR na alíquota de 20% sobre o lucro.
Ações
As ações também podem ser uma boa opção de investimentos isentos de IRPF. No entanto, a isenção é válida apenas para os ganhos em vendas de ações que acontecem em dias diferentes, o que exclui o day trade, e que estejam dentro do limite de R$20 mil por mês.
Já os dividendos, os lucros líquidos compartilhados pelos acionistas de uma empresa, são sempre isentos do IR.
Como fazer a declaração de isentos
Embora isentos do IR, os investimentos mencionados devem ser declarados pelo contribuinte que se encaixe nas regras de obrigatoriedade da Receita Federal. Eles devem ser incluídos na ficha de Bens e Direitos, quando estiverem na carteira do investidor, e na ficha de Rendimentos Isentos.
É importante se atentar para as particularidades de cada ativo, já que as diferentes informações sobre cada aplicação devem ser informadas em fichas distintas.
Para os investimentos não isentos, qual é a alíquota cobrada do Imposto de Renda?
Para os investimentos que não se enquadram nas regras de isenção, o Imposto de Renda funciona em alíquotas, ou seja, o percentual será cobrado em cima dos seus lucros e de acordo com o prazo do investimento. A cobrança segue a tabela abaixo:
Alíquota de IR
Tabela Regressiva do IR
Prazo da aplicação | Alíquota de IR |
---|---|
Até 180 dias | 22,5% |
De 181 a 360 dias | 20% |
De 361 a 720 dias | 17,5% |
Acima de 720 dias | 15% |
No imposto de renda, quanto antes você saca o dinheiro, mais imposto você paga. Apesar de estarmos abordando o Imposto de Renda nesse texto, o Imposto sobre Operação Financeira é também muito comum sobre investimentos. O IOF é cobrado regressivamente, assim como o Imposto de Renda. A diferença é que o IOF só é cobrado nos primeiros 30 dias. Após esse intervalo, você já pode sacar o montante sem a obrigatoriedade do pagamento do tributo financeiro. A tabela da alíquota de IOF funciona assim:
Alíquota de IOF
Dias corridos | IOF | Dias corridos | IOF | Dias corridos | IOF |
---|---|---|---|---|---|
1 | 96% | 11 | 63% | 21 | 30% |
2 | 93% | 12 | 60% | 22 | 26% |
3 | 90% | 13 | 56% | 23 | 23% |
4 | 86% | 14 | 53% | 24 | 20% |
5 | 83% | 15 | 50% | 25 | 16% |
6 | 80% | 16 | 46% | 26 | 13% |
7 | 76% | 17 | 43% | 27 | 10% |
8 | 73% | 18 | 40% | 28 | 6% |
9 | 70% | 19 | 36% | 29 | 3% |
10 | 66% | 20 | 33% | 30 | 0% |
Mas não precisa se preocupar com o recolhimento dos impostos: o IOF é descontado diretamente na fonte e o Imposto de Renda em renda fixa também. Para evitar o pagamento do IOF, é só não sacar o dinheiro nos primeiros 30 dias.
Conclusão
Todo mundo quer investir sem pagar impostos, não é mesmo? E como vimos, há várias opções interessantes de investimentos isentos do Imposto de Renda que devem ser analisadas com cautela por quem deseja começar a investir. Se esse é o seu caso, confira nossas dicas de como fazer uma estratégia de investimentos para alcançar seus objetivos de forma muito mais segura e eficiente.
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