Indicadores de risco de mercado: o que são e quais os principais

Por Equipe Akeloo

Publicado em: 3/10/2022 às 14h30

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Indicadores de risco de mercado: o que são e quais os principais

Muitos acabam desistindo de aplicar no mercado financeiro em função dos riscos de perder dinheiro. E, de fato: para investir — em especial, na Bolsa de Valores —, você deve estar disposto a lidar diariamente com a chance de sair no prejuízo. Apesar disso, essa exposição aos riscos não precisa ser feita no escuro. Para medir suas probabilidades de perdas, existem os indicadores de risco de mercado.

Sai artigo, entra artigo e nós da Equipe Akeloo continuamos reforçando: para ganhar, você também deve estar aberto a perder. Afinal de contas, uma das máximas do mercado diz que quanto maiores os potenciais de retorno, maiores os riscos envolvidos em uma operação.

Além de que, praticamente todos os investimentos têm seus riscos particulares — uns mais, outros menos. Até mesmo os confiáveis títulos da renda fixa contam com a possibilidade — remota para a maioria dos casos, é verdade — de se transformar em moeda podre.

Apesar disso, atenção! Isso não quer dizer que você deve sujeitar o seu patrimônio a qualquer risco. Antes de aplicar seu dinheiro, o investidor deve empregar análises para descobrir quais ativos dispõem da melhor relação risco x retorno. Recentemente nós publicamos um texto sobre um desses indicadores — o Índice de Sharpe. Caso queira se aprofundar mais no assunto, clique aqui!

Seguindo adiante, para visualizar de modo panorâmico os riscos de um investimento que você pretende consolidar, inúmeras variáveis podem ser levadas em consideração — em especial, indicadores de risco de mercado.

E, para te deixar por dentro de tudo sobre esses indicadores de risco de mercado, em mais um artigo a nossa equipe vai:

  • Explicar o que é um risco de mercado e elencar suas principais categorias;
  • Apresentar e demonstrar como calcular o Value at Risk — um dos mais utilizados indicadores de risco de mercado;
  • Expor como um risco de mercado pode influenciar diretamente nos seus investimentos — seja na renda fixa, seja na renda variável.

Definindo risco de mercado

Em linhas gerais, um risco de mercado consiste na probabilidade de que uma companhia e/ou ativo apresente um desempenho negativo durante um período em específico.

Para este caso, o risco pode se apresentar como efeito da volatilidade do mercado ou de parâmetros do segmento em que a empresa está colocada. Estes parâmetros, por sua vez, podem ser: 

  • Taxas de juros;
  • Taxas de câmbio;
  • Oscilações nos preços das ações;
  • Volatilidade do mercado;
  • Recessões econômicas;
  • Turbulências políticas, entre outros.

Em outras palavras, as variações que um investimento exibe ao longo do tempo caracterizam o risco de mercado — posto que essas oscilações favorecem as modificações das condições do mercado financeiro em geral, resultando na flutuação de preços.

Tipos de risco de mercado

Os riscos de mercado são fragmentados em quatro categorias — e cada uma é subdividida de acordo com suas particularidades. Confira:

Risco financeiro

O risco financeiro é subdividido em:

  • RISCO DE CRÉDITO: consiste na capacidade de uma empresa em honrar com as suas dívidas;
  • RISCO CAMBIAL: provocado pelas variações na taxa de câmbio;
  • RISCO DE CUSTOS: atrelado ao aumento das despesas com matéria-prima, fornecedores e/ou mão de obra;
  • RISCO DE CAPITAL: relacionado ao excesso dos custos com capital;
  • RISCO DE LIQUIDEZ: ocorre quando o investidor não consegue resgatar com facilidade — isto é, transformar em dinheiro de fato — a sua aplicação financeira;
  • RISCO INFLACIONÁRIO: se dá quando a inflação pressiona o valor da moeda para baixo e impacta negativamente no valor dos investimentos;
  • RISCO DA TAXA DE JUROS: relacionado à diminuição do potencial de um investimento causada por mudanças na taxa de juros nacional;
  • RISCO DE RECEITA: é o risco de que os rendimentos fiquem abaixo das despesas no balanço patrimonial de uma companhia;
  • RISCO PATRIMONIAL: risco de perda de potencial em razão de variações negativas nos preços das ações de uma empresa.

Risco de desempenho

O risco de desempenho é subdividido em:

  • RISCO LEGAL: voltado para as inseguranças referentes à responsabilidade legal;
  • RISCO DE CONFORMIDADE: é o risco da ameaça de conformidade com regras e normas; 
  • RISCO DE QUALIDADE: equivale aos impactos negativos nos resultados em geral;
  • RISCO DE SEGURANÇA: se dá quando a segurança do público e/ou dos colaboradores é afetada de maneira negativa.

Risco Externo

Via de regra, o risco externo consiste basicamente em:

  • RISCO REGULAMENTAR: ocorre a partir de mudanças bruscas em normas e regulamentações governamentais.

Risco estratégico

Por fim, o risco estratégico é subdividido em:

  • RISCO DE MERCADO: é o risco que de que a empresa seja ultrapassada por seus concorrentes ou de que a demanda se mantenha inferior à oferta;
  • RISCO DE REPUTAÇÃO: é observado quando a reputação de uma empresa perante o público é comprometida.

E os indicadores de risco de mercado, o que são?

Existe uma série de indicadores de risco de mercado — e, dentre os mais utilizados pelos investidores, está o Value at Risk.

O VaR — como também é conhecido — é uma fórmula matemática que indica a perda percentual de uma carteira de investimentos exposta aos riscos de mercado trabalhados no tópico anterior.

A partir da mensuração do Value at Risk o investidor consegue descobrir o valor esperado de máxima perda (ou pior perda) em uma operação durante um recorte cronológico em específico com um intervalo de confiança.

Apesar disso, é essencial ressaltar que essa técnica de gerenciamento de riscos não deve ser aplicada como uma ferramenta independente — necessitando estar aliada de outros tipos de análises e/ou demonstrativos de mercado para indicar os riscos com mais precisão.

Indo além, por definição, no cálculo do VaR sempre devem estar inseridos três elementos. São eles:

  • Estimativa de perda máxima (valor monetário);
  • Horizonte de tempo (intervalo);
  • Grau de confiança (probabilidade de perda).

E, com esses dados em mãos, o investidor pode estimar o Value at Risk de duas formas:

VaR Paramétrico

O Value at Risk Paramétrico — também chamado de método de variância-covariância ou método analítico — consiste em um cálculo que se embasa em informações de rentabilidade estimadas e pressupõe uma distribuição comum de rendimentos.

Uma vez orçada a rentabilidade esperada e o risco histórico (encontrado através do desvio padrão), se aplica a equação:

VaR = | R – zδ | V

Onde:

  • R = retorno esperado;
  • z = valor correspondente para um nível de significância;
  • δ = desvio padrão de rentabilidade;
  • V = valor do investimento.

VaR Não Paramétrico

O Value at Risk Não Paramétrico — também chamado de VaR Histórico — não levanta hipóteses acerca da distribuição de probabilidade nos retornos dos investimentos em seu cálculo.

Neste método, para conseguir informações sobre os desfalques financeiros, é empregado o histórico dos próprios retornos.

Para além do Value at Risk, existem vários outros indicadores de risco de mercado relevantes — como, por exemplo, o Índice Beta. A Nelogica produziu um artigo completo que te mostra tudo sobre essa métrica de risco. Para se proteger contra prejuízos mais expressivos em seus investimentos, não deixe de conferir!

Como os riscos de mercado impactam seus investimentos?

A existência e a incidência de todos estes riscos influenciam diretamente na percepção do mercado sobre os resultados que os investimentos podem oferecer. A depender das condições observadas, os riscos podem se tornar cada vez maiores — e, inclusive, levar até a prejuízos.

Quando abordamos a Bolsa de Valores, o risco de mercado se torna ainda mais determinante. Isso porque os investimentos da renda variável estão expostos à lei da oferta e demanda — que é afetada pelos acontecimentos políticos e econômicos considerados pela análise fundamentalista. Assim, a volatilidade e o risco podem aumentar ou diminuir a depender do cenário macro.

Independentemente do seu perfil de investidor, uma estratégia a ser considerada para proteger sua carteira dos riscos de mercado é diversificar seus ativos — misturando investimentos de renda fixa e variável.

Conclusão

Conquistar lucros expressivos no mercado financeiro sem se expor às perdas é impossível — contudo, com o conhecimento necessário em mãos, o investidor pode aprender a se livrar de riscos mais indesejáveis.

Em linhas gerais, antes de trazer um investimento para a sua carteira, você deve sempre se perguntar: “Vale a pena assumir esse risco?”. E, conforme você conferiu hoje, a resposta pode vir através de um dos indicadores de risco de mercado. 

Nós falamos muito sobre “risco” no decorrer deste artigo. No entanto, um risco com o qual você não precisa lidar é o de cair na malha fina do IRPF. Você sabia que a Akeloo é uma calculadora de Imposto de Renda pensada exclusivamente para investidores? Com a nossa plataforma, seus dias de dor de cabeça com os cálculos complexos do IR estão contados. Clique aqui e conheça as nossas soluções!

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