Guia do Tesouro Direto: tudo que você precisa saber!

Como funciona o Tesouro Direto? Quais são os tipos de investimentos possíveis? Qual é a melhor opção? Essas e outras dúvidas foram respondidas nesse guia completo sobre o Tesouro. Continue lendo e descubra se o Tesouro Direto é pra você!

Por Equipe Akeloo

Publicado em: 6/11/2020 às 9h00

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Guia do Tesouro Direto: tudo que você precisa saber!

Mesmo quem está dando os primeiros passos como investidor já deve ter ouvido falar no Tesouro Direto, uma das alternativas mais seguras de investimento em renda fixa. Apesar de ainda não ser tão popular quanto a poupança, o Tesouro Direto tem ganhado o coração e a carteira dos brasileiros, que aos poucos estão descobrindo que investir na caderneta não vale a pena.  

Este guia é um material completo para você que deseja aprender mais sobre o Tesouro Direto e como investir de maneira inteligente em títulos públicos. Dividimos o conteúdo nos seguintes tópicos:

  • o que é Tesouro Direto?
  • quem pode investir no Tesouro Direto?
  • como funciona o Tesouro Direto?
  • quais são os tipos de Tesouro Direto?
  • qual é o Tesouro certo para mim?
  • preciso pagar Imposto de Renda no Tesouro Direto?

O que é Tesouro Direto?

O Tesouro Direto é um tipo de aplicação em renda fixa que pode ser definida como um empréstimo feito por investidores ao Governo Federal. O programa foi criado em 2002, em uma parceria do Governo Federal com a B3, e hoje já conta com mais de 1,2 milhão de investidores ativos.

Funciona assim: o Governo emite os chamados títulos da dívida pública com o objetivo de captar recursos financeiros de pessoas físicas e depois devolver — com juros — o valor investido por elas. Ao investir em títulos públicos, você se torna um credor do Governo. 

O Tesouro Direto é uma alternativa segura, versátil e rentável, por isso é muito procurado por investidores iniciantes ou aqueles com perfil conservador. No entanto, não é só nessas carteiras que o Tesouro tem seu lugar. Graças à sua liquidez diária, ele pode ser a melhor alternativa para manter uma reserva de emergência e é uma boa maneira de diversificar os investimentos.

Quem pode investir no Tesouro Direto?

O valor mínimo para começar a investir no Tesouro Direto é de 30 reais, o que o torna uma opção bastante democrática dentre os demais tipos de renda fixa. 

Qualquer pessoa física pode adquirir títulos públicos, desde que tenha uma conta em uma corretora ou instituição financeira vinculada ao sistema do Tesouro. É através do home broker da corretora que você poderá acessar o portal do Tesouro Direto com sua senha e escolher as aplicações de acordo com seus objetivos. Todo o processo é feito de forma simples e pela Internet.

Como funciona o Tesouro Direto?

Já que o Tesouro Direto é, na prática, um empréstimo feito ao Governo, seus rendimentos são o resultado dos juros deste empréstimo. A taxa de juros pode variar, o que causa pequenas flutuações nos rendimentos no curto prazo, mas o Tesouro continua sendo um investimento de baixo risco. 

Existem diferentes tipos de títulos, mas a premissa comum a todos eles é a existência de uma data de vencimento definida antes da aplicação. Ainda assim, é possível resgatar o valor investido antes dessa data, com liquidez D+1. Isso quer dizer que o dinheiro estará disponível na conta bancária em até 1 dia útil após a solicitação de resgate. 

Nem sempre o resgate antecipado vale a pena, pois dependendo do título, o investidor pode até sair no prejuízo. Por esta razão, quem investe no Tesouro deve avaliar se está disposto a esperar pelo vencimento ou se tem a intenção de resgatar o valor antecipadamente. Essa informação é determinante para a escolha do papel.

Tipos de Tesouro Direto

Para tomar uma decisão acertada no Tesouro, é preciso antes conhecer os tipos de títulos públicos disponíveis. Em linhas gerais, um título pode ser prefixado ou pós-fixado, mas existem outras classificações que derivam dessas duas primeiras. Vamos explicar como cada uma funciona:

  • Tesouro Prefixado

É aquele cuja taxa de rentabilidade anual é fixada antes do aporte. Com este título, é possível saber exatamente qual será o valor do resgate na data de vencimento, já que a rentabilidade dele não muda. Independentemente do valor aplicado ou da data em que o aporte foi feito, o título do Tesouro Prefixado vai sempre valer 1000 reais na data de seu vencimento. 

Para muitos investidores, a previsibilidade deste tipo de Tesouro traz segurança e contribui para um planejamento financeiro mais preciso. No entanto, a regra não é válida para resgates antecipados e cabe observar que esta quantia corresponde ao preço de cada título adquirido, sem relação direta com o valor aportado. Se o preço unitário do título na data da aplicação é de 750 reais, mas você só investiu 100 reais, não espere ter 1000 reais na conta no dia do vencimento.

Dentro desta categoria, existe o Tesouro Prefixado com Juros Semestrais, que além de possuir uma taxa de rentabilidade anual fixada, rende juros ao investidor no final de cada semestre. Os cupons semestrais funcionam como um rendimento extra, quase uma espécie de adiantamento, uma vez que este tipo de título tem o prazo de vencimento mais longo do que os demais. Quem investiu nessa modalidade em 2020, por exemplo, verá o papel vencer em 1º de janeiro de 2031.

  • Tesouro Pós-fixado

No Tesouro Pós-fixado, a rentabilidade é indexada a taxas variáveis, isto é, a indicadores do mercado financeiro que sofrem influência de fatores externos. Assim, ao escolher este título, não é possível saber exatamente a quantia que será resgatada na data de vencimento — o que não significa que seu rendimento será menor.

  • Tesouro Selic

A primeira opção pós-fixada é o Tesouro Selic, que recebe este nome por ter seu rendimento baseado na Taxa Selic, a Taxa Básica de Juros. Este título é uma excelente alternativa para quem tem objetivos de curto prazo, por isso é tão utilizado para manter fundos de reserva. 

Em 2020, a Selic chegou ao patamar mais baixo da história, atingindo 2%. A título de comparação, a taxa era de 13% em janeiro de 2017. Ainda assim, o Tesouro Selic faz sentido para muitos economistas e investidores, especialmente os que preferem alocar seus recursos em renda fixa. Um dos incentivos para continuar investindo nele é que, desde agosto de 2020, o Tesouro Nacional e a Bolsa de Valores zeraram a taxa de custódia das aplicações em Tesouro Selic para valores abaixo de 10 mil reais por CPF.

  • Tesouro IPCA

Outra modalidade de Tesouro Pós-fixado é o Tesouro IPCA, que varia de acordo com a inflação. De certa forma, este título é uma combinação entre prefixado e pós-fixado: sua rentabilidade é a soma do IPCA (Índice de Preços para o Consumidor Amplo) e de uma taxa fixa (por exemplo: 2,5%). Isso faz com que os rendimentos do Tesouro IPCA estejam sempre acima da inflação.

Por fim, há o Tesouro IPCA com Juros Semestrais, que funciona em uma lógica parecida com a de seu equivalente prefixado. Neste caso, os títulos também têm prazos mais longos (a partir de 2030, para quem investiu em 2020) e antecipação dos rendimentos semestralmente com base na taxa prefixada. O valor do resgate no vencimento continua atrelado à inflação.

Qual é o Tesouro certo para mim?

Agora que você já entendeu quais são os tipos de títulos da dívida pública, o próximo passo é optar pelo que mais se adequa ao seus objetivos. No próprio site do Tesouro Direto há uma tabela com preços e taxas de cada título, além de dicas que ajudam o investidor a encontrar seu Tesouro ideal.

Via de regra, o Tesouro Prefixado é recomendado para quem não quer ter nenhuma surpresa com a aplicação, pois a taxa fixa permite que o indivíduo simule o valor exato do resgate de antemão. Essa também é a escolha dos investidores que apostam na queda da taxa de juros e querem se garantir com uma rentabilidade fixa

O Tesouro Selic, como já dissemos, é um investimento seguro para iniciantes e a alternativa que oferece menor risco no caso de resgate antecipado. Essas características posicionam o Selic como a aplicação em renda fixa mais procurada para reservas de emergência e objetivos a curto prazo, como viagens, eventos, compra de veículos etc.

Para quem pretende investir no longo prazo e deseja proteger seu aporte da desvalorização, o Tesouro IPCA (também conhecido como  IPCA+) pode ser uma boa pedida. Com ele, há a certeza de que os rendimentos sempre estarão acima da inflação. No Tesouro IPCA, dá para fazer aplicações com vencimento em até 25 anos, porém o investidor corre o risco de perder dinheiro caso desista de esperar por tanto tempo. Vai depender do índice de inflação na data do resgate, que pode valorizar ou desvalorizar o preço unitário do título.

E os Juros Semestrais?

Algo que costuma suscitar dúvidas entre os investidores do Tesouro é se vale realmente a pena optar pelas modalidades com juros semestrais. A resposta varia de acordo com as preferências de cada um e do valor aportado. 

Quanto maior a quantia aplicada nas modalidades com cupons semestrais — Tesouro Prefixado Com Juros Semestrais ou Tesouro IPCA Com Juros Semestrais  — maior serão os rendimentos recebidos a cada 6 meses. 

Para quem possui aportes robustos, os cupons podem trazer uma renda complementar, mas esses rendimentos não são tão expressivos quando há pouco dinheiro investido nos títulos. Neste caso, compensa mais esperar pela data do vencimento ao invés de recolher uma pequena remuneração semestral, uma vez que, sem os cupons, o título tem um rendimento maior na data de vencimento devido aos juros compostos.

Preciso pagar Imposto de Renda no Tesouro Direto?

Sim. No Tesouro Direto, a alíquota do Imposto de Renda é regressiva e funciona da seguinte forma:

  • 22,5 % sobre aplicações com prazo de até 180 dias; 
  • 20% sobre aplicações com prazo entre 181 e 360 dias;
  • 17,5% sobre aplicações com prazo entre 361 e 720 dias;
  • 15% sobre aplicações com prazo acima de 720 dias.

A tributação é retida diretamente na fonte, ou seja, o Leão já desconta o valor do IR dos seus rendimentos, assim como o Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) nos casos em que o resgate é solicitado menos de 30 dias após a aplicação. 

Falando em resgate antecipado, não custa lembrar que ele pode ser extremamente desvantajoso para o investidor, pois o IOF também tem sua própria tabela de tributação regressiva e pode cobrar até 96% sobre os rendimentos. A dica é aguardar pelo menos 30 dias antes de pedir o resgate da aplicação. Tenha em mente que, mesmo com o imposto retidos na fonte, é fundamental incluí-los na sua declaração de IR.

Além dos impostos, quem investe no Tesouro Direto está sujeito ao pagamento de taxas. Com exceção do Tesouro Selic, a B3 recolhe uma taxa de custódia de 0,25% a. a. sobre o valor dos títulos. A corretora ou instituição financeira também pode coletar taxas de corretagem, por isso é bom verificar antes de investir para não ser surpreendido pelas cobranças.

Conclusão

Ao longo deste artigo, mostramos que o Tesouro Direto é uma aplicação que cabe em qualquer carteira. Dos investidores tradicionais aos mais aventureiros, o Tesouro atende a diversos objetivos, seja a diversificação da carteira, investimentos a longo prazo, fundos de reserva e muito mais.

O aumento do número de brasileiros que hoje investe em títulos da dívida pública indica que há uma mudança de mentalidade em curso: com novas plataformas de educação financeira e a democratização de temas deste universo, as pessoas estão descobrindo que a poupança é um péssimo negócio, pois rende menos que a inflação e do que qualquer outro investimento em renda fixa.

Em comparação com as aplicações em renda variável, o Tesouro apresenta uma rentabilidade menor e não é coberto pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Por outro lado, por serem títulos públicos, os papéis do Tesouro Direto são considerados bastante seguros e não sofrem tanto impacto das flutuações do mercado financeiro.Diante de todas as alternativas de Tesouro Direto, qual delas mais chamou a sua atenção? Continue lendo nosso blog para saber mais sobre renda fixa e se tornar um investidor confiante.

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