Opera dólar? Fique por dentro dos principais fatores que influenciam no preço da moeda

Todo brasileiro que acompanha o noticiário diariamente vai se deparar, uma hora ou outra, com o preço do dólar. Afinal de contas, os âncoras dos principais telejornais do país estão sempre comentando sobre as altas e baixas da moeda americana. Mas você sabe quais são os fatores que têm influência no valor do dólar americano?
Para início de conversa, vamos começar do princípio: por mais que seja moeda corrente nos Estados Unidos, o Dólar (US$) tem poder para influenciar todas as outras moedas nacionais — incluindo o Real (R$). Isso se dá, entre outros motivos, porque os EUA são a maior economia do mundo e sua moeda oficial é tomada como referência para a cotação de preços no mercado internacional.
E, como moeda mais estabelecida no mercado, o dólar se torna a unidade de conta mais confiável para os investidores e parâmetro para o câmbio.
O câmbio, em linhas gerais, é a conversão monetária de uma moeda nacional para outra — resultando na taxa de câmbio. A taxa cambial do Dólar Americano (US$) para o Real (R$), a título de exemplo, está em US$ 1 para R$ 5,18 no momento em que este artigo está sendo publicado.
E se você, investidor, tem a pretensão de começar ou já opera com dólares na Bolsa de Valores, nossa equipe produziu mais um conteúdo que vai:
- Explicar como acontecem as negociações de dólares na bolsa brasileira;
- Mostrar quais são os fatores nacionais e internacionais que têm influência no preço da moeda americana;
- Expor dicas para que o investidor acompanhe e se proteja contra as flutuações cambiais mais violentas do dólar.
O dólar na Bolsa de Valores brasileira
Para operar dólares na B3, o investidor pode ir por vários caminhos. Os principais são:
Contratos futuros
Os contratos futuros são derivativos da renda variável. Isso porque seus valores literalmente derivam de outros ativos — como dólar, Taxa Selic, Ibovespa, entre outros — ou de commodities — como milho, café, soja, etc.
A operação dessa categoria de investimento é integralmente calcada nas expectativas dos envolvidos na negociação. Geralmente, quem compra um contrato futuro acredita em sua valorização ao longo do tempo, do mesmo modo que quem vende crê em sua queda de preços.
De outro modo, é como se dois investidores estivessem apostando sobre o que vai acontecer com o ativo em negociação no futuro.
Contratos cheios de dólar (DOL)
O contrato futuro do dólar comercial é um dos mais operados no mercado futuro da Bolsa de Valores. A ideia central é viabilizar os investimentos nas expectativas futuras de subida ou queda da moeda americana — servindo tanto para proteção (hedge cambial) quanto para especulação sobre o valor do dólar em uma data posterior.
Cada contrato cheio de dólar custa US$ 50.000,00 ao investidor — com lote mínimo de negociação de 5 contratos.
Minicontratos de dólar (WDO)
O mercado futuro de dólar, assim como também é para o de índice, é dividido em contratos cheios e minicontratos. Os minicontratos de dólar, por sua vez, custam US$ 10.000,00 — com lote mínimo de negociação de 1 contrato.
Por fim, vale ressaltar que a cotação é determinada em R$ por US$ 1.000,00.
Fundos cambiais
Em resumo, são fundos de investimentos voltados para o câmbio — acompanhando os preços e oscilações das moedas no mercado internacional. Inúmeros fundos cambiais são dolarizados, visando trazer segurança aos seus cotistas.
A aplicação em fundos de investimentos sempre se dá a partir da compra de cotas através da conta da corretora ou banco de investimentos de quem deseja ingressar em um fundo cambial.
ETFs
Outra possibilidade de aplicação em dólar no mercado financeiro são os ETFs (Exchange Traded Fund). Assim como os fundos cambiais, os ETFs também constituem um tipo de fundo de investimento — com a diferença no direcionamento, que é voltado a acompanhar e replicar um índice econômico.
Existe uma ampla variedade de ETFs no mercado. No entanto, como aqui o objetivo do investidor é catalisar a exposição de sua carteira ao dólar americano, o ETF escolhido deve ser um fundo que compreenda um índice da bolsa internacional — como o S&P 500, por exemplo.
Ações
O investidor também consegue expor seus investimentos ao dólar com as ações da Bolsa de Valores. Para aportar no mercado internacional, você pode ir por dois caminhos:
- Abrir uma conta em uma corretora do exterior para operar em bolsas internacionais;
- Investir em BDRs. Caso você ainda não conheça essa categoria de investimento, a Akeloo já tem em seu blog um artigo que te conta tudo sobre o assunto. Clique no link para ser redirecionado! Depois é só voltar aqui.
Além do mais, o investidor também pode adquirir ações no mercado nacional que tenham a sua receita atrelada à moeda americana — como exportadoras e/ou estrangeiras que estão listadas na bolsa brasileira, por exemplo.
Preço do dólar: fatores domésticos
Sempre existe um motivo por trás das oscilações no preço do dólar — que pode ser o resultado de uma valorização da moeda americana e/ou de uma queda no valor da moeda brasileira. E, entre os fatores que englobam a economia brasileira estão:
Risco Brasil
Em resumo, o Risco Brasil — também conhecido como risco-país ou risco-soberano — é um indicador que representa o quanto um país é arriscado aos investidores estrangeiros.
Legislação tributária, taxa de juros, política fiscal, privatizações, tensões diplomáticas, instabilidade política, entre tantas outras condições podem fazer com que o índice aumente ou diminua.
Quanto mais elevado é o indicador de Risco Brasil, menos atrativo o país se torna para investidores do exterior — que terminam por trocar o Brasil por mercados mais seguros e/ou rentáveis. Por consequência, o dólar se valoriza frente ao real a partir do aumento da procura.
Taxa básica de juros (Selic)
O entendimento de manter a taxa básica de juros nacional elevada adotado por um Banco Central é conhecido como “postura hawkish” — e tem, entre os seus objetivos, a intenção de derrubar o preço do dólar ao encorajar investimentos estrangeiros na renda fixa brasileira.
Apesar disso, não se trata de um cálculo exato: afinal de contas, por outro lado, uma taxa básica de juros alta pode desestimular o consumo da população e, por tabela, os investimentos no país — gerando mais fuga do que atração de dólares.
Indo além, a Selic elevada também faz com que os cofres públicos tenham que pagar quantias mais expressivas aos investidores da renda fixa no ato do vencimento — podendo causar desequilíbrio nas contas do Governo e aumentando o Risco Brasil, trabalhado no tópico anterior.
No cenário empresarial, a taxa de juros em alta também pode causar endividamento das empresas brasileiras, uma vez que passam a retirar empréstimos com juros mais elevados.
Sob outra perspectiva, a política do BC de taxa básica de juros baixa — conhecida como “postura dovish” — tem por sua intenção conter o custo do crédito e aquecer a economia. A ideia é, entre outros objetivos, influenciar investidores de fora do país a trazer o seu dinheiro para ações nacionais.
Isso pode acontecer por meio do “carry trade” — estratégia onde investidores internacionais retiram empréstimos a juros baixos em um país para aplicar em outro a juros mais consideráveis.
Ou seja, neste caso, uma política de Taxa Selic em baixa pode atrair o capital estrangeiro de investidores adeptos desta estratégia.
Consumo de estrangeiros no Brasil
Quando, por exemplo, cidadãos de outros países visitam o Brasil a turismo e fazem compras, um dos efeitos imediatos na economia nacional é o crescimento da disponibilidade de dólares e o aumento da procura pelo real.
E o que acontece, na prática, é o fortalecimento da moeda brasileira frente à moeda americana.
Consumo de brasileiros no exterior
O contrário, entretanto, também ocorre: quando os brasileiros fazem compras no estrangeiro, eles levam consigo dólares para fora do país. E, com o aumento da oferta da moeda americana, a cotação também se eleva.
Preço do dólar: fatores internacionais
O preço do dólar, todavia, não depende apenas dos fatores atrelados à economia brasileira. Indo além das fronteiras do Brasil, também são responsáveis pela volatilidade da moeda americana:
Mercado internacional
Como estamos falando da moeda que é tomada como referência no comércio internacional, é natural que os acontecimentos globais tenham uma nada dispensável importância em sua cotação.
Cenários de crise generalizada, a título de exemplo, fazem com que os investidores busquem por segurança — o que fortalece o dólar como moeda forte em relação às moedas de nações emergentes.
Taxa de juros dos EUA
De maneira geral, se os juros sobem nos Estados Unidos, se torna mais interessante aos investidores tirar capital do Brasil para aplicar no mercado americano — posto que os títulos de dívida do Governo dos EUA são mais atrativos se comparados aos brasileiros.
Se protegendo contra oscilações no preço do dólar
Independentemente do perfil, para todo investidor é essencial se blindar contra as variações mais violentas da moeda americana.
No desenrolar do texto, nós já sugerimos ao leitor alguns caminhos: BDRs, ETFs ou ações “terceirizadas” de empresas americanas negociadas na B3 são opções para que você diversifique seu portfólio com ativos do mercado dos Estados Unidos.
Além do mais, aos investidores mais conservadores, pode ser uma excelente ideia se voltar para os fundos cambiais que flutuam segundo os preços do dólar — dado que essa categoria de investimento não tem como sua finalidade fazer crescer o patrimônio do investidor. Em outras palavras: a aplicação em fundos de câmbio tem como objetivo proteger o dinheiro do investidor contra a desvalorização do real e fazer a manutenção de seu poder de compra.
Por fim, também é possível investir de maneira direta nos EUA — a partir da abertura de conta em uma corretora americana.
E como o investidor pode fazer para acompanhar o preço do dólar?
Se, no decorrer do artigo, você também se fez essa pergunta, a Akeloo veio trazer uma solução: você já conhece o DOLPRO?
O DOLPRO é o ativo sintético da Nelogica que serve como uma ferramenta completa para análise do mercado de dólar futuro.
E o que é um ativo sintético? Em linhas gerais, o DOLPRO integra informações de operações dos contratos cheios de dólar com seu respectivo minicontrato em um único ticker — da mesma maneira que as Séries Históricas.
Isto é, em outras palavras, o DOLPRO junta os dados do mercado dos contratos futuros DOL e WDO, respeitando a ordem cronológica das execuções.
O ativo é disponibilizado para todos os assinantes pagos do Profit. Se você ainda não conhece a plataforma de análise e operação de investimentos mais completa do mercado, não perca mais tempo e faça agora mesmo um teste grátis!
Caso você queira conhecer um pouco mais sobre o DOLPRO antes de realizar sua demonstração gratuita do Profit, a Nelogica já publicou em seu canal do YouTube um vídeo com o passo a passo de como utilizar a ferramenta. Para conferir, clique aqui!
Conclusão
Você não precisa ser um cidadão americano para estar antenado sobre o preço do dólar. Afinal de contas, conforme você conferiu no artigo hoje, o preço da moeda dos Estados Unidos interfere diretamente em várias esferas da economia brasileira.
Acompanhar o dólar também é interessante porque, quanto mais conhecimento um investidor detém, mais ferramentas ele tem para chegar até a lucros mais expressivos no mercado financeiro — e o Blog da Akeloo nada mais é do que um esforço para aumentar o seu repertório sobre investimentos e te conduzir até ganhos mais consistentes.
E você sabia que a Akeloo é uma calculadora de Imposto de Renda pensada exclusivamente para investidores? Com a nossa plataforma, seus dias de dor de cabeça com os cálculos complexos do IR estão contados. Clique aqui e conheça as nossas soluções!