O que são commodities e como investir nestes ativos

“Brasil pode exportar mais commodities em 2022”. “Commodities impulsionam alta […]

Por Equipe Akeloo

Publicado em: 29/03/2022 às 8h32

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O que são commodities e como investir nestes ativos

“Brasil pode exportar mais commodities em 2022”. “Commodities impulsionam alta no Ibovespa”. “Aumento dos juros afeta preço das commodities”. Você com certeza ouve falar em commodities regularmente no noticiário financeiro dos telejornais — mas você sabe exatamente do que se trata? Pois saiba que, além de abranger um conjunto de produtos cruciais para a economia brasileira, as commodities também podem caracterizar um ativo perfeitamente rentável em sua carteira de investimentos.

Grosso modo, para ser entendido como uma commodity — o termo original do inglês pode ser literalmente traduzido como “mercadoria” —, um produto precisa necessariamente:

  • Ser uma matéria-prima — isto é, base para uma industrialização no segundo setor da cadeia produtiva — que pode ser armazenada durante um longo intervalo de tempo sem perder a qualidade;
  • Ter o seu valor cotado a partir da lei da oferta e da procura com precificação na Bolsa de Valores. Em outras palavras, isso quer dizer que o preço das commodities não é fixado pelos produtores com base na projeção de uma margem de lucro. Longe disso — aqui o valor de venda é previamente estimado tomando em consideração a demanda pelo produto no mercado internacional;
  • Possuir suas propriedades padronizadas em escala mundial. Ou seja, uma commodity brasileira configura exatamente a mesma mercadoria se comparada com uma commodity de qualquer outra parte do planeta — seja ela extraída na Europa, Ásia ou África. Isso se dá porque todas as commodities são sujeitas à mesma uniformização de qualidade internacional e não são discriminadas por selos ou marcas.

Com estas informações em mente, você consegue imaginar um produto que pode ser enquadrado como commodity? Se você não conseguiu, não tem problema — somente com definições técnicas pode ficar difícil mesmo. E é exatamente por este motivo que em mais um artigo preparado pela equipe da Akeloo você vai:

  • Descobrir quais matérias-primas podem ser consideradas como commodity e as suas respectivas categorias;
  • Compreender qual é a relevância das commodities para a economia brasileira e para o mercado internacional;
  • Aprender o básico para aplicar no valor futuro de uma commodity na bolsa de valores brasileira.

As commodities podem ser classificadas em diferentes grupos. Os principais são:

Commodities agrícolas

É a categoria mais conhecida de commodities. Aqui entram os produtos originados do agronegócio — em especial, pela agricultura empresarial e pela pecuária extensiva. Segundo dados da Climate FieldView, plataforma de agricultura digital da Bayer, o Brasil é o 3º maior produtor deste tipo de commodity em todo o mundo, ficando atrás somente da China e dos Estados Unidos.

Alguns exemplos de commodities agrícolas são algodão, açúcar, trigo, milho, suco de laranja, boi gordo, café e soja.

Commodities ambientais

Aqui se encontram as commodities exclusivamente obtidas a partir de recursos naturais e que servem como matéria-prima para a manufatura de outros produtos.

São tidas como commodities ambientais a madeira, a energia — ou melhor, a geração energética — e a água.

Commodities minerais

Como “commodities minerais” são entendidas todas as commodities identificadas como minérios ou metais — além de, por vezes, produtos associados ao setor de energia.

Neste segmento podemos observar o ouro, a prata, o petróleo, o etanol, o gás natural, dentre outros.

Commodities financeiras

Muitos investidores não sabem, contudo, as commodities também podem compreender ativos monetários — como títulos emitidos pelo governo e negociados em mercados de balcão organizados.

Como exemplo de commodities financeiras podemos citar o Dólar, o Euro, o próprio Real e os títulos públicos do Governo Federal (Tesouro Direto).

Por que as commodities são tão importantes?

Conforme demos início à nossa conversa, as commodities são uma menção rotineira nas manchetes dos cadernos econômicos dos principais jornais do país, com economistas frequentemente debatendo acerca das altas e baixas no valor destas mercadorias no comércio internacional — e existem justificativas totalmente plausíveis para tanto. Abaixo iremos elencar duas delas.

Elas são a espinha dorsal das nossas exportações

Que o Brasil é uma potência agrícola você já sabe. Entretanto, talvez você fique ainda mais impressionado ao se deparar com os números — de acordo com uma pesquisa de 2019 da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), as commodities respondem sozinhas por cerca de 63% de tudo que o Brasil vende para outras nações.

Tendo em conta que nosso país conta com abundantes recursos naturais e com uma extensão territorial digna de um continente, é fato que o lugar que as commodities ocupam na economia brasileira é absolutamente medular. Não à toa, o Brasil é constantemente referenciado em revistas estrangeiras de economia como “the world ‘s farm” (ou “celeiro do mundo”, do português).

Elas também são um tipo de investimento

Pense bem: as commodities são produtos que têm o seu preço estipulado na Bolsa de Valores e alicerçado no humor do mercado internacional. À vista disso, o valor médio destes produtos também têm uma considerável volatilidade — já que uma crise de pragas nas plantações de um grande exportador, a título de exemplo, carrega um potencial enorme para abalar todo o mercado internacional, na medida em que a comercialização de commodities entre os países é interdependente e globalizada.

Talvez você já tenha percebido que as commodities sobem e descem de valor todos os dias, lembrando o comportamento das ações e demais rendimentos em renda variável. Todavia, nem tudo são semelhanças: um ativo em commodities não representa um papel, de fato, em sua carteira — no caso das aplicações em commodities, é como se você “apostasse” na projeção de preço do produto de sua preferência. E assim entramos no terreno dos investimentos em mercado futuro.

Como investir em commodities?

Ao operar com commodities, você não estará comprando e vendendo ações ou semelhantes. Você terá em mãos um contrato futuro.

A conceitualização é mais simples do que parece. Um contrato futuro nada mais é do que um ativo com o seu valor lastreado no preço internacional da commodity de sua escolha.

Como um exercício imaginativo, suponha que você esteja aplicando na soja, por exemplo — grão cujo o Brasil é o maior produtor global. Sempre que o preço da soja subir no mercado de commodities, o seu contrato futuro também vai aumentar de valor. Se, pelo contrário, o preço do grão sofrer uma queda, o seu contrato do mesmo modo vai se desvalorizar por tabela.

Neste ponto é essencial esclarecer — investir, verdadeiramente, nas commodities como um ativo financeiro não é o mesmo que adquirir ações de uma empresa de capital aberto do setor agropecuário ou de mineração. Embora essas companhias também estejam expostas às oscilações do comércio mundial das commodities, este caso se qualifica muito mais como um investimento indireto. Aplicar no mercado futuro é lidar, você mesmo, com as flutuações de preços das mercadorias, recebendo pelos lucros e pagando pelos prejuízos — similar a um investimento no índice Ibovespa, por exemplo.

Conclusão

Para o governo brasileiro, as commodities representam um dos maiores trunfos do país no exterior, afirmando a robustez internacional do Brasil como uma potência exportadora destes produtos. Para os investidores, essas mesmas mercadorias também podem ser essenciais, viabilizando ganhos interessantes com aplicações no mercado futuro de commodities na Bolsa — contanto que os investimentos sejam feitos aliados das informações certas.

E — falando em mercado futuro — você sabia que, mesmo que encontre várias similaridades com as operações comuns de ações no mercado, esta modalidade de investimentos também tem características próprias? Dois exemplos na prática são a margem de garantia e o ajuste diário das aplicações.

Infelizmente, um único artigo é pouco para que você fique por dentro de tudo sobre mercado futuro — e é exatamente por este motivo que a Akeloo preparou um outro texto onde fizemos uma explicação completa sobre o assunto. Para ler, clique aqui e descubra como você pode diversificar os seus investimentos ao incluir contratos futuros em sua carteira!



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