Circuit Breaker: o que é e como funciona

A paralisação dos negócios na Bolsa de Valores pode ser assustadora em um primeiro momento, mas ela não precisa ser sinônimo de desespero. Entenda por que e como ela ocorre.

Por Equipe Akeloo

Publicado em: 4/12/2020 às 9h00

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Circuit Breaker: o que é e como funciona

A Bolsa de Valores possui vários mecanismos que protegem tanto os investidores quanto o mercado de ações. Eles servem para que não haja um desbalanço muito brusco na B3, o que poderia ter grandes consequências econômicas. 

Se você já está um pouco mais acostumado com o mundo dos investimentos, certamente já ouviu falar do circuit breaker, um termo que pode causar um certo medo quando é empregado, uma vez que está muito associado a cenários de crise. Mas você realmente conhece essa ferramenta e sabe como ela funciona?

Caso a resposta seja não, esse é o artigo certo para você. Nele vamos explicar:

  • o que é o circuit breaker;
  • quais as suas regras de funcionamento;
  • os acionamentos do circuit breaker em 2020;
  • o que fazer diante de um circuit breaker.

O que é circuit breaker?

O circuit breaker  é um mecanismo da Bolsa de Valores projetado com  o intuito de proteger os investidores quando há vendas em demasia, o que acaba ocasionando quedas bruscas  e acentuadas nos preços dos ativos. Em linhas gerais ele tem a função de reduzir a volatilidade dos mercados, ou seja, a forte instabilidade que pode ocorrer após um grande impacto sobre a Bolsa.

A ativação dessa ferramenta obedece regras específicas e determina a paralisação do pregão por um determinado tempo quando a queda do dia atinge um certo patamar percentual. Dessa forma, há o rebalanceamento e o amortecimento das ordens de compra e venda, o que equilibra o mercado como um todo. 

Por que ele é acionado?

Em momentos de grandes crises, o mercado se torna muito vendedor por antecipar um cenário negativo futuro ou por se assustar com os acontecimentos do presente. Assim, os acionistas vendem as suas posições em diversos ativos, o que causa uma queda generalizada dos índices, provocando uma bola de neve que tende a crescer cada vez mais. 

Com o mercado em queda livre, então, o circuit breaker é ativado, protegendo as empresas e os investidores do efeito negativo de uma queda ainda mais brusca que poderia ser causada com a realização de negócios motivados por medo ou por impulso. Espera-se que, com o passar de algum tempo, o mercado vá se rebalancear e que, consequentemente,  haverá uma amenização das quedas.

As regras do circuit breaker na B3

As regras que determinam a do circuit breaker são muito simples e os gatilhos para o seu acionamento estão atrelados ao percentual de queda do Ibovespa, o principal indicador da Bolsa de Valores do Brasil. São eles:

Queda de 10% do Ibovespa

Nas situações em que o Ibovespa apresenta uma queda de 10% sobre o valor do fechamento do dia anterior, acontece o primeiro estágio do circuit breaker. Ao ser acionado em estágio I, ele determina que todas as negociações da Bolsa de Valores sejam interrompidas por 30 minutos.

Queda de 15% do Ibovespa

Esse segundo momento pode ocorrer após os 30 minutos da realização do  primeiro circuit breaker. A B3 volta a permitir negociações esperando que o mercado volte ao normal, mas caso isso não ocorra e o Ibovespa continue em queda, acumulando um percentual de 15% de desvalorização, um novo circuit breaker ocorrerá. 

Neste segundo estágio de paralisação, as negociações ficam interrompidas por mais 1 hora.

 Queda de 20% do Ibovespa

Se após a 1 hora da segunda parada, a Bolsa de Valores reabrir as negociações. e ainda assim o Ibovespa perpetuar a sua queda, chegando a uma baixa de 20% em relação ao dia anterior, a B3 então suspende as atividades e fica responsável por definir um novo prazo para reabertura do mercado.

Essa é uma medida extrema para conter quedas que sejam muito acentuadas e impedir a propagação do “efeito manada” que tende a ocorrer em situações de grande euforia ou descrença no mercado financeiro. 

Vale ressaltar que todas essas regras do circuit breaker não são aplicáveis nos últimos 30 minutos de funcionamento da sessão de negociações do dia na B3. Além disso, caso ele ocorra na última hora do pregão, haverá prorrogação do horário de funcionamento da Bolsa em apenas 30 minutos e será possível realizar apenas uma nova paralisação com duração de meia hora no momento de reabertura do mercado no dia seguinte. 

Os acionamentos do circuit breaker em 2020

O último acionamento desse mecanismo na B3 foi em março de 2020, época em que o cenário econômico mundial já se apresentava desfavorável desde que a situação do novo Coronavírus foi declarada como fora de controle pelas autoridades chinesas. 

Nesse contexto, no dia 09 desse mesmo mês houve ainda a queda no preço do petróleo devido a um desacordo entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e a Rússia, a fim de tentar cortar a produção dessa commodity. Em contrapartida, a Arábia Saudita, um dos maiores produtores de petróleo do mundo, decidiu reduzir o preço do barril e aumentar sua produção, o que causou um desbalanço no mercado mundial de petróleo e uma queda de 30% no seu preço. 

Nesse mesmo dia a B3 já iniciou a sua abertura com uma queda de 10%, o que levou ao acionamento do estágio I do circuit breaker e a consequente paralisação das atividades por 30 minutos. 

Essa queda se repetiu no dia seguinte, quando a Organização Mundial da Saúde, a OMS, categorizou a situação do novo Coronavírus como uma pandemia, ou seja, determinou que as proporções da doença atingiu níveis globais. 

A instabilidade do cenário se manteve, o que fez com que a Bolsa apresentasse mais uma queda expressiva no dia 11 de março, provocando uma paralisação de 30 minutos logo no momento de sua abertura.  Ela  foi seguida por um circuit breaker estágio II, com a interrupção das negociações por 1 hora na tarde desse mesmo dia. 

O acionamento desse dispositivo de segurança ocorreu pela última vez, então, na semana seguinte, no dia 16 de março. Houve uma paralisação de 30 minutos, influenciada não só pela crise do novo Coronavírus, mas também pela divulgação dos dados sobre a economia chinesa, que apresentava queda expressiva. Além disso, a redução da taxa de juros dos Estados Unidos, que caiu de 1,25% para 0,25%, também foi um fator de grande influência. 

Mas afinal, o que fazer diante de um circuit breaker?

Diante de um cenário de crise, a melhor escolha é sempre avaliar racionalmente os fundamentos das empresas que você investe em curto, médio e longo prazo. É importante utilizar esse tempo de paralisação para refletir, evitando tomar decisões precipitadas. 

Uma estratégia interessante para mensurar o valor real das perdas dos seus ativos  é analisar o valor real de mercado das companhias que compõem o seu portfólio comparado ao valor negociado em um dia de grandes perdas. Leve em consideração as possibilidades dessa baixa ser ocasionada pelo “efeito manada” ou se por  uma real desvalorização da empresa.

Dica Akeloo: crises colocam em cheque tudo que se sabe sobre a Bolsa de Valores, por isso, saber como investir nesses momentos é fundamental para minimizar suas perdas e identificar oportunidades de lucros futuros. Para aprender mais sobre assunto, confira o post do nosso blog clicando aqui.

Conclusão

A ocorrência de um circuit breaker pode desestabilizar até mesmo os investidores mais experientes. Mas é importante ter em mente que não há motivo para pânico e que as melhores decisões são aquelas tomadas em momentos de calma e reflexão. 

Fato é que o conhecimento é a melhor defesa para evitar perdas expressivas em situações tão delicadas como essa, então para se manter por dentro de tudo que acontece dentro do mercado financeiro, não deixe de acompanhar o Instagram e o blog da Akeloo!

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